terça-feira, 21 de setembro de 2010

?Convite para o amor?

Como ter coragem de ir lá e quebrar o silêncio torrido que a afasta de mim? como acreditar ser possível que ela algum dia tenha despistado-se de sua vida e repousado qualquer tanto de sua atenção em mim, como acreditar que um dia eu pude ter chamado a sua atenção, e que ela nao me desconheça e não tenha medo de mim, e nao se afaste como se afastaria de qualquer um, como fazê-la acreditar em tudo de mim, depois que não reine mais o silencio, sobre o quão especial é aquilo que sinto, é passatempo, contra-tempo, alimento, fomento, tudo que quero, todo meu alento? 
Como dizer-lhe versos novos que não clamem tão alto minha paixão a ponto de assustá-la mas que sejam responsáveis por me tirar do anonimato, tirar-lhe o sossego e marcá-la com pelo menos um pouco desse amor tão grande? Quais palavras, quanto tempo? Como abordá-la, qual o argumento? não é qualquer coisa, puro sentimento, realidade pura, de todo momento, alvorada pra mim!
Como usar as palavras que levem esse misto de amor e de paixão, da paixão e do desejo de agora, pra agora, pra logo-logo, do ímpeto da carne, do despir, lambuzar, do amor de agora-depois, pra sempre, dona dos meus sonhos, dos meus eus todos que se fazem em mim, que se refazem nela? Do amor piegas, do amor moderno, de flores e loucuras, cartas e torpedos, presenças e ausências, confissões, realizações?
Como contar pra ela que eu sonhei isso tudo sozinho, e sem que ela deixasse fiz dela meu motivo de viver, minha motivação da manha, inspiração da tarde, saudade da noite, das noites em claro, de minha saudade? 
Como dizer pra ela que senti saudade esse tempo todo de algo que eu nunca tive e que não tive coragem de correr atrás, como fazer essa amor parco de relação, colorido de sonhos se torne o abrigo da relação mais sincera e mais real, florido de boas estórias e belos projeto? 
Será que meu coração nao se engana, de confiar às aparências todos os seus motivos? Será que o amor não surge com o tempo, com o conhecimento, com a superação das diferenças, depois que acaba a paixão torrente que mascara os defeitos e as incongruências ou que as fazem dignas de admiração? Será que o amor não é mesmo o próprio apego as lembranças mais gostosas e mais bonitas que acabam por constituir aquilo que importa no agora?
Ou será que meu coração nao pode estar enganado, mesmo desse jeito atordoado, com o dobro do tamanho, vivendo inchado? Será que ele acertou em cheio e isso que eu sinto é o meu corpo querendo tirar a prova real do suspiro, do toque, do gosto, do cheiro, do riso. 
Ser´que corpo e alma conspiram contra a minha razão controlada, minha polidez timida, meu medo que me bloqueia, será que meu eu que fala é vitima do meu eu que quer falar por mim, e que a gente aprende a controlar com o tempo e com vida.
Com o tempo a gente parece que aprende a controlar o coração, mas de uma maneira negativa. Aprendemos que existem os lugares para o amor, não pode no colégio, não pode no banquinho, não pode hora nenhuma, "fiquem longe um do outro", "senta do outro lado, menininho", "deixa sua coleguinha quieta, colégio não é lugar pra isso, você está muito apressadinho", mais tarde, só se for um amor quieto, calado, distante, depois não pode no trabalho, não pode o tempo todo, não pode qualquer hora. E assim a gente acaba se perguntando se pode? que horas pode então? pra todo mundo? como quebrar o silencio, a distancia?
Como convidar alguem a amar também esquecendo o que não pode e vivendo o que precisa e o que o corpo e a alma pedem?
Como pode ter surgido algo assim em mim, e eu nessa sozinho? algo que eu nem mesmo busquei que me tomou por inteiro! Preciso de um eu corajoso pra lhe tirar apenas uma frase, a primeira, depois preciso....
Olá, tudo bem! 
Muito bom falar com você, até amanha então!!
Quase jogo minha chance de ser feliz fora, de tanto que pensei antes de tomar uma decisão tão simples, falar um oi, simpático o suficiente pra deixar um sorriso, e causar outro, e profundo na medida do possível para ser único!

2 comentários:

Sara do Prado disse...

Você me disse que não é nerds... não é filósofo... Poeta, então? rs
Como eu já mencionei, belas palavras. Parabéns pelo talento (com uma pontinha de inveja, boa, claro)!

:) Beijos

Day no mundo do Roacutan disse...

O amor é um sentimento desconhecido e inexplicável. Gostei muito do texto. Me identifiquei em algumas partes. Descreveu o que senti e gostaria que o amor fosse mais simples de ser vivido. Quem sabe um dia...